terça-feira, agosto 07, 2007

Sem Tempo

O tempo, hoje,
não passa de um homem
magro e nu,
solto - e perdido -
na imensidão
que cada coisa carrega.
O tempo, hoje,
está quase morrendo,
pois esqueceu de tomar
os remédios
que o médico receitou.
Ele - o tempo! - está cansado,
desconfortável,
sem tempo para a contemplação.
Ele, hoje,
não vive - apenas vegeta -
e não tem mais
os poderes de transformação.
O tempo não é mais aquele tempo,
gordo e saudável,
dos tempos dos meus avós.
Ele agora está magro e nu,
não corre - voa -
por isso mesmo
não derrama mais o suor sagrado
que outrora
fazia brotar flores
no asfalto.

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