segunda-feira, agosto 27, 2007

Noite Primaveril

É hoje que Marte despertará junto a Lua, e nós dois
- eu e você - iremos emendar um balé esquisito cheio
de estrelas. Uma dança clássica em cima das telhas
bambas de um teto selvagem.
É hoje, amor, prepare-se. Como nos tempos da arrogância
terna; como nos tempos da loucura sã; como nos
tempos da cólera benigna.


É hoje que Marte despertará em silêncio - somos os
únicos a saber. Um planeta Marte cheio de dor. Uma dor
de quem sabe que a noite é curta. Uma noite que estenderá
os braços para que possamos nos sentir abraçados. E um
abraço, amor, que será o nosso balé esquisito cheio de estrelas;
a nossa dança clássica em cima das telhas bambas de um
teto selvagem.


É hoje que Marte irá beijar a boca da Lua, e nós dois -
eu e você - iremos testemunhar o coito alucinante.
Esta história de amor entre a Lua e Marte, como eu e
você, esse cheiro de violência sutil. Nesta noite primaveril
em que o céu expulsará todos os seus habitantes para que
o Grande Óvulo Lunar seja fecundado. Nesta noite em que
o universo se tornará um imenso espelho para que nós dois,
dançando em rodopios brilhantes debaixo da paixão de Deus,
possamos descobrir que a paixão de Deus, amor, é a
paixão dos homens.

Um comentário:

Anônimo disse...

te lasca!