Um desconhecido tocou meu íntimo.
Estranhei este corpo estranho,
mas entranhei-me deste corpo,
e entranho-me.
Não invadi sua casa,
não vasculhei suas gavetas,
não arrumei seu armário,
não acertei seu relógio.
Tudo para que o desconhecido
fosse sempre assim,
vulto inexato,
aos meus olhos,
de quem somente se permite
ser explorado.
- Eu nunca exploro.
O desconhecido morou em mim.
E depois de algum tempo
sendo habitada,
pude perceber que
quanto mais eu o desconhecia,
mais eu me reconhecia
e me amava.
sábado, agosto 25, 2007
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