Estou calçando os sapatos
Que meu pai usou
Na Última Guerra Mundial.
O mundo era minha casa,
E meu pai chorou o amor violentado.
Deixou para trás a mãe que enfraquecia,
Os filhos que amava,
A vida que não cabia.
E, sorrindo, conheceu a desgraça
Que ainda estava por desabrochar.
Bebeu um mar de cachaça,
Amigou-se à fantasia,
Cantou a noite, dançou o dia,
Embalou-se no estalo
Da música fria.
E, enquanto a máscara caía,
Percebia a morte,
Mas não a entendia,
E morria,
Falsificando a alegria.
O meu pai foi embora
Com os pés descalços,
E hoje
Estou calçando os mesmo sapatos
Habitados de nada.
Para Alírio Moraes.
Que meu pai usou
Na Última Guerra Mundial.
O mundo era minha casa,
E meu pai chorou o amor violentado.
Deixou para trás a mãe que enfraquecia,
Os filhos que amava,
A vida que não cabia.
E, sorrindo, conheceu a desgraça
Que ainda estava por desabrochar.
Bebeu um mar de cachaça,
Amigou-se à fantasia,
Cantou a noite, dançou o dia,
Embalou-se no estalo
Da música fria.
E, enquanto a máscara caía,
Percebia a morte,
Mas não a entendia,
E morria,
Falsificando a alegria.
O meu pai foi embora
Com os pés descalços,
E hoje
Estou calçando os mesmo sapatos
Habitados de nada.
Para Alírio Moraes.
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