segunda-feira, setembro 08, 2008

Acidente

Bebo-te como a uma mãe
- És desastre de onde eu tiro
o mais sagrado alimento.
Eu sou tua estupidez,
tua burra flor da idade,
renasces em meu nascimento.
Tu me arrebentas
- Eu, o teu rebento.
E o amor desafia em silêncio
o absurdo do tempo;
e o amor grita mudo,
entre o ser nada e o ser tudo
e, assim, ser violento.

7 comentários:

Vanessa de Moraes disse...

O amor arrebenta com a minha alma e rebenta minhas dores com um jeito doce de rebento. Amor de mãe, amor de paixão.Doce veneno lento.

Anônimo disse...

Depois de tanto tempo, um post.
Senti saudades de seus textos...

Natália Nunes disse...

"És desastre de onde eu tiro
o mais sagrado alimento"

lindíssimo texto, nossa.
:)

Fred Delgado disse...

:]

É sempre um prazer isso daqui!

Padmei disse...

clap clap clap!!! linda a poesia. invejo tanto quem consegue escrever boas poesias curtas *-* nunca sou bom com poucas palavras =/
essa maneira de relacionar amor e dor me lembrou a frase "ah, bruta flor do querer!" =)

Marina Moura disse...

absurdo não é o tempo, que ele não é nada senão tempo.
absurdo é o amor entre tempos difusos - absurdo, violento e sobretudo lindo.

Bernardo Sampaio disse...

muito bonito esse.
a sonoridade certa hora lembra um parto.