quinta-feira, junho 05, 2008

Corpo D'água

Terei eu
- Pobre mulherinha líquida -
O direito de morrer ardente
Como morre o mar na praia?
Terei eu este escandaloso acabamento:
Beijando os pés dos meus homens,
O som de minhas ondas como lamento,
Ameaçando de vida meu último suspiro?
Quero o espancamento!
Morrer abraçando cruzes
Fincadas no deslumbramento.
E ser um bicho fêmea:
Pranto e gozo feitos de água,
Qualquer corpo no estado líquido,
O desejo de morrer assim,
Suado e bonito. Assim,
Como, na praia, morre o mar
- Em um galope oblíquo não saber ao certo
se quer morrer ou matar.

6 comentários:

Marina Moura disse...

"Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra."
Hilda.
Lembrei, mais uma vez, de você :)

Vanessa de Moraes disse...

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amiga do Rei
Terei o homem que quero
Na cama que escolherei.

Wellington de Melo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

É que às vezes entra a vontade de ser tudo e nada ao mesmo tempo, ser inteiro nos sentimentos, não sei. :~

C. disse...

intenso. me gusta.

xêro

Anônimo disse...

Líquida como suor, firme como músculos e sensual como Amado.

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Muito bom pô.

Babando litros!