Do meu espírito, o veneno
- Chupas não somente a fruta-carne,
Mas também o meu caroço.
Há dura paisagem no que sou
- Florestas densas; denso bosque incolor.
E mesmo a par dos horrores de me ser,
Mergulhas com coragem
Nesta tão somente tua capacidade de me ver.
És assombro para mim. E descoberta:
Reflexo do meu dentro que lateja,
O céu das coisas íntimas
Rasga a lona e lampeja.
Descobrindo-me, tu me matas, como alguém que,
Para decifrar existência, a flor despetala.
E és o único que
- Eu já despetalada; eu suco cítrico -
Enxerga em mim a beleza do que é feio:
Do meu veneno, o espírito.
quinta-feira, maio 29, 2008
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3 comentários:
Beleza em não saber. Beleza no presente. O melhor fica para o momento "agora".
Excelente poesia, densa.
Parabéns. Voltarei assim que puder...
és daqui do Recife mesmo... pretinha?
;)
"Descobrindo-me, tu me matas, como alguém que,
Para decifrar existência, a flor despetala.
E és o único que
- Eu já despetalada; eu suco cítrico -
Enxerga em mim a beleza do que é feio:
Do meu veneno, o espírito."
Lindo. :~ Mas eu prefiro enxergar do que ser enxergada. Talvez auto-preservação ou simplesmente por querer ter algo a desvendar... Mas assim, bem assim.
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