sexta-feira, outubro 05, 2007

O Dilema

São maliciosas as coisas do mundo.
Esse mundo que abre pernas e seios
para o desconhecido.
Desconheço a parte de mundo
que não tenha um sopro bandido.
Mas ele não tem culpa
- é o coração que já nasceu enfermo.
Quero penetrar em cada astúcia mundana.
O absurdo como música: eis o meu lema!
Essa íntima matemática que cria
mas não resolve o problema.
O mundo é um prato de sopa
- enquanto os homens são quem o come,
eu sou a mosca morta de fome.
E desejo ser exatamente a fração de segundo
em que esse pedaço obtuso de coisa mágica
incorpora-se ao pedaço obscuro de coisa trágica.
Jogar-me nua ao não entendimento - eis o esquema!
E não matar-me e morrer-me por um dilema.

3 comentários:

Luis Gustavo Brito Dias disse...

- já estive por aqui.
e também em seu outro blog.
já a li bastante.
gosto muito do que escreve.

cuide-se.

Anônimo disse...

vamos acabar matando e morrendo.

Di Giacomo disse...

Entrei no blog por engano e gostei! Poesia boa. Se tiver paciência entre no meu humilde vídeo-blog: http://memoriasdeumperdedor.blogspot.com/
Até