quinta-feira, julho 05, 2007

O Gato

O cigarro se torna nossa existência
quando há buracos no estômago:

Em minha primeira vida
fui feliz
- Tempo em que ser rei
era fácil demais.

Em minha segunda vida
fui Primeiro Mundo
- Eu não carecia de fé,
tudo era imenso.

Em minha terceira vida
fui fútil
- Quanta beleza e exatidão!,
tocar as coisas me satisfazia.

Em minha quarta vida
fui bruxa
- O mundo ao meu alcance
depois a fogueira.

Em minha quinta vida
fui o herói
- Mudei meu nome, destruí impérios,
obtive a graça.

Em minha sexta vida
fui gato
- percebi que me restava
apenas uma vida.

Em minha sétima vida
fui eu
- Cava mulher
morta de câncer.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Ananda.
Parabéns pelo blog. Adorei os poemas! Esse ultimo é bem tocante.
Vou colocar seu espaço nos meus favoritos para voltar aqui numa outra hora. Um beijo

Anônimo disse...

Ah! Desculpe,... é Amanda né.
Meu teclado é rebelde as vz.
Bem, aproveito para dizer que amei essa frase "É que no peito dos desafinados também bate um coração" Lindo! Bjus

Kynismós! disse...

Miau!

Ainda vais miar muito nesse mundo. :)