sexta-feira, janeiro 05, 2007

Hora.

Madrugada!
Hora em que a fada
Cochicha em meu ouvido
Histórias dramáticas.
Hora em que eu tomo,
Num gole de gim,
A excêntrica pílula do vôo.
Hora em que eu recordo,
Sem lembrar de mim,
As tantas mulheres que sou.
Hora em que o gozo mais alto
Anima a minha sensatez
E a dor me faz tropeçar
Em buracos.

Madrugada!
Quando os homens se calam,
Eu grito.
Quando os anjos se perdem,
Eu atino.
Quando o tempo aprisiona,
Eu liberto.

Eu sou menina e sou menino.

É na madrugada
Que eu abro as janelas de mim
E assumo sem problemas
O meu romance secreto com a cortesã
De nome Poesia.

2 comentários:

Kynismós! disse...

Há na madrugada algo de inspirador, para uns talvez o silêncio, para outros talvez a solidão.

Osame Kinouchi disse...

Amanda,

Voce sabia que 50% dos poetas sofrem de depressao maior? Isso pode ser encontrado no livro Touched by Fire, de Kay Jamison, que analisou os poetas ingleses.
Se nao for tratado, a depressao maior vira cronica e dai nao tem mais saida e, sim, um suicidio besta, sem motivo, pode ocorrer.

Nao custa nada conversar com um terapeuta. Eu tambem sofro drepres, por isso to te fando isso numa boa...