segunda-feira, novembro 03, 2008

Amor

Quero escrever como quem lança
tenro olhar sobre a áspera paisagem de dentro
- doce escritura desenhando-se, elástica,
ao redor dos meus lamentos.
À dura poesia darei todo o meu molejo:
frouxo, feminino, suado!
Sobre a carne podre pousarei
o espírito apaixonado.
Quero escrever para ser o instante exato
em que não se está terra,
nem se está alto.
Minha escritura: flecha que se lançou
mas ainda não fincou o alvo.
Sou vôo raso,
vivo entre o chão e o salto,
entre o perdão e o pecado.
Quero escrever para ser florzinha
murcha nas mãos do latifundiário.
Desejo escrever, sobretudo,
para enxergar amor aonde não tem:
palavra como estupro, não importa
- o bem e o mal se confundem,
e tudo isso é amor também.

4 comentários:

Anônimo disse...

Chega fiquei sem fôlego agora....
lindo demais!
te amo muito meusamô.
Paula

Anônimo disse...

Garota, vc ja publicou seus poemas? se não, providencie.
já se deu conta que é uma escritora
nata?
Vc tem estilo, sua palavra é forte, mas também sabe ser sutil.
Privilegio de poucos jogar a própria alma com tanta propriedade, no universo imprevisível das palavras.

Marina Moura disse...

Mestiça.

Lindo, linda :)
aliás, mais que lindo, muito mais.
É amor também...

Fernando Farias disse...

Biagio me pediu opara entrar em contato com vc.
Participar de uma coletânea
de poetas novos]
meu é mail é fernando.farias7@hotmail.com
URGENTE MENINA