segunda-feira, janeiro 14, 2008

?

Nunca saberei me mostrar inteira,
pois sempre tive
a carne flamejante aos pedaços.
Não sou o que sou hoje e soa,
sou hoje o que fui e o que serei
- cintilantes fragmentos de cetim
e boca vermelha rubricada na veia dos homens.
Espalho-me por entre os dedos
da brutalidade da qual me fantasio e,
vez ou outra,
troco de roupa para trocar de beleza,
como alguém que necessita urgentemente
encontrar-se nas profundezas
d'algum mar indecifrável.
Embaçada imagem minha diante do espelho,
distante de mim está minha legítima morada.
Que vestido habito, que anéis?
Que eu fui eu, que eu serei?
Eu... eu sôo pergunta.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu acho esse fuderoso!

Anônimo disse...

eu acho esse fuderoso!